Enquanto os jogos olímpicos ocorrem em Londres e alguns
atletas brasileiros se destacam, deviam ser repensadas as formas de se
incentivar e torcer pelos representantes do país nessas competições.
Podem-se ver nestas Olimpíadas, esportes pouco praticados
no país, em que competiram atletas que surpreenderam ao ganhar medalhas.
Surpreenderam pelo pouco incentivo na modalidade e por não se conhecer o
potencial de cada competidor.
Por isso, a cada quatro anos a expectativa fica em cima e
sob pressão para os últimos campeões, como César Cielo.
Em Pequim, 2008, o nadador ganhou medalha de ouro na
natação, na prova dos 50 metros. Durante quatro anos, foi a esperança para o
Brasil aumentar o quadro de medalhas em Londres.
E isso provavelmente ocorrerá em quatro anos com Arthur
Zanetti. O ginasta subiu ao pódio ao vencer a prova de argolas ontem, ganhando
a segunda medalha de ouro no país nestes jogos. Claro que todos torcerão por
ele no Rio, em 2016. O problema é que o povo brasileiro não vê o que ocorre com
o atleta em quatro anos. Apesar de muito treinamento e outras competições, o
corpo de um atleta tem muito desgaste e dificulta o mesmo desempenho.
Os treinos e a exigência aumentam, depois de uma conquista
na olimpíada, e ninguém quer perder em um esporte. Se o povo brasileiro se
decepciona com uma derrota, imagina como é o sentimento do atleta, que dedica
horas diárias ao treino.
Apesar de o Brasil ter uma das maiores delegações e grande
parte competir em esportes coletivos, falta incentivo para as outras
modalidades, menos para o futebol masculino.
Enquanto assistia a provas de atletismo no fim de semana,
comentei com o namorado que, durante as aulas de Educação Física, no Ensino
Fundamental e no Médio, os alunos da escola onde estudei tiveram a
oportunidade de praticar esportes, que deveriam ser praticados como qualquer
outro: arremesso de peso, salto em distância, salto em altura, arremesso de
dardo, disco e provas de corrida. Lembro que o meu tempo nos cem metros rasos
era o pior da turma. E ao relembrar essas modalidades, entristeci ao reparar
pouquíssimos brasileiros competindo no atletismo.
O namorado, que assistia ao lado lamentou:
- Nunca tive essas modalidades em minhas aulas de Educação
Física. Imagina como os resultados seriam diferentes, se em todas as escolas
tivesse a oportunidade de praticá-las.
Se mais gente incentivasse qualquer modalidade esportiva, o
país não estaria tão sedento por alguns campeões. Enquanto o investimento de
milhões continuar só em um esporte, a resposta para “o que você quer ser quando
crescer?” será sempre jogador de futebol.
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