quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O verão - Parte 1: Free Way.

Era uma sexta-feira. Mas não pense que era como qualquer sexta. Já era 2009, ou melhor, verão de 2009. Período em que tiramos férias. E quem não tira férias faz de tudo pra conseguir ir até o litoral e pegar uma prainha no final de semana. E foi isso que eu fiz.

Consegui uma carona com uma amiga, mais precisamente, ex-colega de trabalho. E lá fomos nós, rumo ao litoral. Não estávamos sozinha, seu simpaticíssimo irmão nos acompanhava atirado delicadamente no banco de trás do carro vermelho. E claro, seu pai e sua mãe nos vigiavam, já que estávamos meio que em uma perseguição familiar. Eles estavam no carro atrás da gente.

Saída de Canoas, destino Rainha do Mar. E tudo estava sendo tão divertido. Tiramos o dia para fofocar e pensar o que faríamos no final de semana ouvindo umas músicas da Ivete. E era uma falação, e de repente, a caroneira aumentava o volume e começava a cantar. Esse era o espírito: tudo vale no final de semana. Ou não?

Entramos na Free Way, popularmente conhecida. Tinha bastante movimento, até. E sempre me faz pensar que quando estou com a motorista, algo inusitado irá acontecer. E estava prestes.

Um Honda Civic extremamente lindo, tom de verde, sem nenhum arranhão, com placa que não posso divulgar, passa pela nossa esquerda. E claro, muitos outros carros estavam passando pela esquerda, já que nossa velocidade não nos permitia pertencer àquele lado. E só o carro também não bastava, a questão era a composição da direção, do carona e do carona traseiro.

Três garotos. Ta, eu não estou implicando. Três homens então, melhorou? E jovens. Óóóóó. E uma meioquemini perseguição começou. Ultrapassando pela esquerda, na frente, na direita, atrás. Todas as posições possíveis aquele carro estava. E nós sendo cercadas. E agora?

Primeiro pedágio e os garotos se anteciparam, foram bem ligeirinhos ao conseguirem parar na nossa frente, não nos deixando seguir caminho sem eles, claro. Um até se arriscou a abrir a porta do carro, mas desistiu logo.

E continuamos nosso caminho. A situação era parecida com a anterior ao primeiro pedágio. E de repente a luz interna do Honda é acionada. O que as criaturas estão aprontando? Ai ai ai ui ui. Nossa grande criatividade achou que seria um cartaz com alguma mensagem, mas não passava disso.

E eles encostaram o carro na direita, e a família atrás, no outro carro. E iam encostando, encostando. E agora? E agora? Eu só vejo a mão, o braço, o relógio do caroneiro traseiro do carro verde com a mão pra fora estendendo algum objeto e berrando: pega que tem nosso telefone (se eu não me engano foi algo do tipo). Eu alemoa do jeito que sou, fiquei nervosa e não conseguia mais nem achar o botão pra abrir o vidro.

Para desespero completo do público, o carro chegava cada vez mais perto e até gritavam: vai bater, vai bater. Nossa sorte foi que a motorista não viu. Eu peguei o objeto, parecido com algo voador. E o carro dos amigos sumiu.

Todo arranhado, o CD, objeto agora identificado, não tocava. Estava arranhado propositalmente por uma chave. É, uma chave para abrir porta, eu acho. E para que nos servia? Para entrar em contato com a misteriosa gangue do verde Civic.