terça-feira, 11 de setembro de 2012

Alô Rio de Janeiro.


No último fim de semana visitei pela terceira vez a cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro. Desde a última vez que fui, em 2005, duas coisas essenciais mudaram. A primeira é a popularidade e a economia do Brasil, mudando a visão do país no exterior e atraindo turistas.

A segunda, e mais importante, é a segurança eficaz nos bairros frequentados pelos visitantes. Essas duas questões se completam, aumentam o turismo e o valor gerado a partir dele.

Ter segurança deixa todos felizes. Na minha ida ao Rio em 2005, começava a época dos arrastões. Na hora de escolher o roteiro para viajar, se preocupar com segurança e a possibilidade de ter pertences roubados apareciam na lista dos contra. Isto fez com que pensasse mais de duas vezes para levar meu equipamento fotográfico.

E pelas questões comentadas acima, fiz a escolha certa. Levei a câmera, a lente e disputei espaço com turistas de todo o mundo nos principais pontos da cidade para conseguir alguns cliques, como do Cristo Redentor e o Pão de Açúcar.

E eu que achei que o Rio de Janeiro estava preparado para a Copa do Mundo de 2014 e para os jogos Olímpicos de 2016. A estrutura existe, mas falta estrutura para grande quantidade. Enquanto tive 30 minutos para apreciar a paisagem no Pão de Açúcar, fiquei uma hora e meia na fila à espera de um bondinho para conseguir descer.

A paisagem da cidade é indiscutível, a segurança melhorou, mas ainda há coisas que precisam melhorar. A estrutura e o acolhimento para os estrangeiros deixam a desejar, a não ser em hotéis e restauran¬tes com mais investimento.

Para os cariocas, as pessoas com pele e cabelos claros são estrangeiras. Tivemos o exemplo ao comprar água em um bar de Copacabana. Ao ser perguntando, em português, do preço da água, o medo de não se comunicar passou levando ao alívio: “Por que não falou logo que era brasileiro?”

E isso que, na minha ideia, o Rio de Janeiro está acostumado a receber turistas. Na hora de voltar para Porto Alegre, filas no aeroporto e sem orientação nenhuma da companhia aérea.

Ao pousar na capital gaúcha, imaginei como seria Porto Alegre com essa quantidade de turistas, que tem fila de mais de meia hora para conseguir um táxi em Porto Alegre depois de um feriado. Ou então quando um estrangeiro chegar ao Vale do Taquari, pedir atendimento e orientações em hotéis e buscar algum restaurante para uma refeição.

Formação de atletas.


Enquanto os jogos olímpicos ocorrem em Londres e alguns atletas brasileiros se destacam, deviam ser repensadas as formas de se incentivar e torcer pelos representantes do país nessas competições.

Podem-se ver nestas Olimpíadas, esportes pouco praticados no país, em que competiram atletas que surpreenderam ao ganhar medalhas. Surpreenderam pelo pouco incentivo na modalidade e por não se conhecer o potencial de cada competidor.

Por isso, a cada quatro anos a expectativa fica em cima e sob pressão para os últimos campeões, como César Cielo.

Em Pequim, 2008, o nadador ganhou medalha de ouro na natação, na prova dos 50 metros. Durante quatro anos, foi a esperança para o Brasil aumentar o quadro de medalhas em Londres.

E isso provavelmente ocorrerá em quatro anos com Arthur Zanetti. O ginasta subiu ao pódio ao vencer a prova de argolas ontem, ganhando a segunda medalha de ouro no país nestes jogos. Claro que todos torcerão por ele no Rio, em 2016. O problema é que o povo brasileiro não vê o que ocorre com o atleta em quatro anos. Apesar de muito treinamento e outras competições, o corpo de um atleta tem muito desgaste e dificulta o mesmo desempenho.

Os treinos e a exigência aumentam, depois de uma conquista na olimpíada, e ninguém quer perder em um esporte. Se o povo brasileiro se decepciona com uma derrota, imagina como é o sentimento do atleta, que dedica horas diárias ao treino.

Apesar de o Brasil ter uma das maiores delegações e grande parte competir em esportes coletivos, falta incentivo para as outras modalidades, menos para o futebol masculino.

Enquanto assistia a provas de atletismo no fim de semana, comentei com o namorado que, durante as aulas de Educação Física, no Ensino Fundamental e no Médio, os alunos da escola onde estudei tiveram a oportunidade de praticar esportes, que deveriam ser praticados como qualquer outro: arremesso de peso, salto em distância, salto em altura, arremesso de dardo, disco e provas de corrida. Lembro que o meu tempo nos cem metros rasos era o pior da turma. E ao relembrar essas modalidades, entristeci ao reparar pouquíssimos brasileiros competindo no atletismo.

O namorado, que assistia ao lado lamentou:

- Nunca tive essas modalidades em minhas aulas de Educação Física. Imagina como os resultados seriam diferentes, se em todas as escolas tivesse a oportunidade de praticá-las.

Se mais gente incentivasse qualquer modalidade esportiva, o país não estaria tão sedento por alguns campeões. Enquanto o investimento de milhões continuar só em um esporte, a resposta para “o que você quer ser quando crescer?” será sempre jogador de futebol.