sábado, 21 de junho de 2008

O que olha lá de cima.

Ele circula nos corredores do Centro de Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos há cerca de cinco anos. Mais do que aluno, mais do que professor, Edelberto Behs é o coordenador do curso de Jornalismo e tem 48 professores para guiar. Diferentemente do que se imagina, ele não chama a atenção com roupas de grife. Estava vestindo na noite de quinta-feira, 12, Dia dos Namorados, calça jeans, sobretudo cinza e sapato preto. Deixa transparecer um homem calmo, que tenta resolver a maioria das situações, como alguma manifestação dos críticos alunos, com a boa e velha conversa.

Sempre foi interessado pelo jornalismo, e sempre sonhou em fazer isso. Seu pai ouvia muita rádio na época em que morava em Estrela, cidade interiorana com cerca de 30 mil habitantes. Admirava muito o trabalho nas rádios, e infelizmente nunca teve a oportunidade de trabalhar nessa área.

Quando estudante, além dos cursos superiores de Jornalismo na FAMECOS e de Teologia na EST, ele também estudava muito a língua alemã. Dedicado ao jornalismo, nunca exerceu a função de pastor, até porque se considera tímido e não gosta muito de falar em público. Entrevistas? Ele já se acostumou e não se preocupa mais com isso. Afinal, faz parte da profissão.

Hoje mestre, já trabalhou em veículos de comunicação como o Jornal Evangélico, a Folha da Manhã e a Folha da Tarde. Em 1998 foi desafiado e convidado a implantar o curso de Comunicação Social – Jornalismo, no Instituto Superior e Centro Educacional Luterano de Santa Catarina (IELUSC). Como já havia trabalhado na Assessoria de Imprensa da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), tinha boas referências e mudou-se com a esposa e com um de seus dois filhos para Joinvile.

Em 2003, a Unisinos procurava um novo coordenador para o jornalismo e Edelberto resolveu aceitar mais esse novo desafio. Trabalhando numa instituição Jesuíta ele afirma que a religião não faz diferença, pois respeita unidades diferentes de ensino e a linha seguida por cada uma.

Behs, que gosta de pescar quando está de férias jogando o tempo fora e pensando na vida, também afirma que é eclético no estilo musical. Não chegando ao ponto de ter funk nos CD´s favoritos do carro, ou em sua lista de preferidas. Música sacra, clássica, jazz e blues são seus favoritos. Na hora da torcida por times de futebol, ele confessa que é ecumênico. É gremista, embora tenha um título do Internacional, que seu pai comprara há muitos anos, um para cada filho.

Curioso na leitura, e jornalista precisa ser, está lendo três livros diferentes no momento. Um deles é da autora Lucia Schneider Hart sobre o curso implantado em Joinvile. Entre os favoritos está: romance, autores latino-americanos e obviamente livros sobre comunicação. As matérias que mais gostava de fazer quando fazia reportagens eram as de cunho social. Chegou a trocar experiências com tribos indígenas no estado do Amazonas.

Entre uma pergunta e outra dos alunos da disciplina de Redação Jornalística II, com a professora Thais Furtado, algumas são sobre o curso e a comunicação social. O que ele acha que mudou e as diferenças entre os alunos e os currículos da época em que ele se formou e os de agora. Opiniões sobre determinados temas e assuntos, em especial sobre as novas tecnologias. Perguntas que o coordenador deve responder a todo instante e a toda entrevista. Conforme Behs “antigamente fazia-se mais reportagens e hoje a tendência é a espetacularização e o entretenimento”.

Quando perguntado sobre o que acha do mundo acadêmico, Edelberto responde que é desafiador, pois é uma área nova para os profissionais. Ele jamais deixou de aceitar novas experiências e acredita que todos seus trabalhos tenham sido importantes. Quando questionado da pouca aparição em entrevistas e falas em eventos, afirma que não é preciso aparecer, que somente é preciso dar condições para os outros se estabelecerem.

Difícil mesmo é encontrar algum registro de imagem do coordenador sorrindo. Sério em suas poses, acredito que queira mostrar como leva sua profissão e afirma: “- Faria tudo de novo.”

domingo, 15 de junho de 2008

Cor-de-rosa.

Era uma vez um garoto. Certo dia ele resolveu sair de sua cidadezinha interiorana de Montenegro para estudar e ser alguém na vida, ou melhor, um engenheiro. E a capital do Rio Grande foi o seu destino.
Era um vez uma senhora muito rica. Seu filho, que também morava na capital, teve seu apartamento decorado por ela. Seus gostos não fechavam e ele queria outros móveis. A senhora então, doou os móveis.
O garoto do interior teve sua vida completamente modificada e melhorada pelas doações dos móveis da senhora. O apartamento alugado era vazio, e agora ele tinha pelo menos uma sala da jantar com crista leira e quatro poltronas cor-de-rosa. É, cor-de-rosa.
Ele estava muito feliz com a doação, ainda mais que é daltônico e nem se importava das poltronas serem rosa. O importante é que eram confortáveis. Ele usou e abusou das doações da senhora rica.
Até que em certa terça-feira muito fria em 2008, o guri se vê obrigado a se desfazer de suas lindas poltronas. O motivo? A doação foi pedida de volta, mas não a sala de jantar, somente os objetos cor-de-rosa. Conforme as investigações, a dona tenha redecorado sua casa com tons de rosa e queria suas antigas poltronas. A cor fecharia exatamente com a da pétala do novo papel-de-parede.
Ao garoto montenegrino, só resta se deliciar, não com as poltronas, mas com o sofá. Sofá, pinhão e Malhação.