quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Deixe de lado o medo de amar.


É metade do dia. Você está no trabalho e pronto para começar o próximo turno. Seus pensamentos estão em sua família e em como poderá aproveitar o resto do dia, após o expediente. Você saiu de casa sem se despedir de quem compartilha seu dia a dia. Esqueceu de dar aquele beijo no marido – semelhante ao que emocionou na primeira vez que sentiu aqueles lábios.

Ao fechar a porta do carro, lembra-se dos filhos, que ainda dormem. A próxima chance de falar com eles e matar a saudades será à noite. Isso, se nenhum trocar o jantar tradicional da família por um encontro casual com os amigos ou colegas.

A programação no trabalho é semelhante a dos dias anteriores. Ao fim do expediente, a rotina muda. Você tomou outro rumo e não voltou para casa. Independentemente do que tenha acontecido, você morreu e perdeu a oportunidade de conviver com as pessoas que amava.

 Os familiares choram e lamentam. Gostariam de ter mais um momento com a pessoa que amavam. Eram raras as vezes em que valorizavam sua presença e que expressavam seus sentimentos. Grande parte das pessoas valoriza as outras depois que as perde e percebem o quanto eram importantes.

Em outras situações, quando partir é uma opção, sente-se o alívio de poder expressar os sentimentos, mesmo depois do fim do relacionamento. Por algum motivo, o relacionamento estava desgastado, e a decisão de se afastar foi, de alguma maneira, para medir a importância do outro. Nos piores casos, se esquece, e a vida recomeça.

Assim, reflita o quanto os outros são importantes e valiosos em sua vida e se expresse. Mostre aos que estão ao seu redor o que eles significam. Não deixe de falar. Sincronize as atitudes com as palavras para que ao fim da vida ou do relacionamento, para que aquilo que você tinha vergonha não fique trancado para sempre na garganta e no coração.


Ninguém tem a certeza de quando irá morrer.  Será que hoje você terá a oportunidade de mostrar a quem ama o quanto você ama? Fale, mostre, beije, abrace, sorria. Amanhã pode ser o último dia. Ame hoje. 
* Texto publicado no Tema Livre do Jornal A Hora do Vale no dia 08/09/2011