quarta-feira, 30 de abril de 2008

Notas.

Nunca fui a aluna exemplar. Desde os tempos de colégio, ou melhor, desde o Ensino Fundamental sempre peguei recuperações e exames em quase todas as disciplinas. E no final do ano era hora de correr atrás do tempo perdido e estudar a matéria do ano todo pra poder continuar acompanhando minha turma nos próximos anos. Logo depois que me formei no Ensino Médio, me matriculei em duas disciplinas na Unisinos. Foi só duas porque eu não sabia como seria meu rendimento, e vai que eu rodasse, estaria desperdiçando muito dinheiro e tempo. E por incrível que pareça, faz 3 anos e meio que eu não pego recuperação, agora GC. Considero-me uma aluna exemplar na faculdade. Sempre fiz os trabalhos propostos e me superava nas provas. Confesso que sempre dá um friozinho na barriga quando vou recebê-las, porque agora estudo muito menos do que quando estava no colégio. A única diferença é que agora me interesso pelos assuntos estudados. Uma das disciplinas desse semestre é do curso de Relações Públicas: Comunicação e Legislação Aplicada. Dizem que não é muito fácil, e recebi minha nota ontem. Mais um 10 pra coleção. E assim eu me animo a continuar estudando e lendo para que as recuperações do colégio não sejam repetidas na faculdade.

domingo, 13 de abril de 2008

Encontrando vizinhos.

Estrela é a cidade onde meus pais moram faz 13 anos. Eu vivi lá aproximadamente 12 deles. Com 30 mil habitantes, o círculo de amizades é grande. Se não conhece todos, conhece alguém da família.

Quando me mudei pra Porto Alegre, cidade com 1,5 milhão de habitantes, a coisa é diferente. É muito difícil encontrar alguém conhecido quando se sai de casa. Nem mesmo meus vizinhos de andar eu conheço. Se conheço é de vista. Se quer sei seus nomes e o que fazem da vida, há quanto tempo moram ali.

Eu e minha amiga de sempre até sonhamos em fazer uma festa de integração pro pessoal de prédio se conhecer e nós fazermos algumas amizades. Afinal, são 24 andares. Cada andar tem quatro apartamentos. Mais vizinhos do que eu tenho em três quadras lá em Estrela.

O difícil seria se organizássemos mesmo essa integração. Enviaríamos o convite, mas quem acreditaria na gente, sendo que nem nos conhecem? É complicado isso. E na capital o pessoal tem receio de qualquer coisa.

Assim, vou conhecendo meus vizinhos aos poucos. Mas só de vista. Um “oi” e um “tchau” no elevador. Passarão muitos anos de minha vida, verei as pessoas todos os dias, mas só.

Cada vez mais me certifico que é “cada um por si e Deus por todos”.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Cegueira Branca.

Um dia cheguei aos livros de José Saramago, ou melhor, em um de seus livros. O titulo: Ensaio sobre a Cegueira. Um amigo me indicou e comecei a fazer uma lista de todos livros do autor que eu iria retirar, e conseqüentemente, ler.
Esse livro é tipo O Código da Vinci. Tu começa a leitura e precisa saber o que irá acontecer. Não precisa fazer outra coisa a não ser ler, ler e ler mais para que logo o mistério termine. Ou então, tu consiga desvendar o mistério. Eu não consegui desvendar... tive que esperar que as palavras do autor me indicassem o final do romance.
Indico a leitura para todos, e abaixo, uma foto inspiradora. Coloquei como título: Cegueira Branca.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Confiança Zero.

Acredito que todas as pessoas já tenham mentido alguma vez para pessoas que gostam muito. Os motivos são variados, mas convenhamos, não se pode viver em uma vida de mentiras.

Minha relação era legal. Ta, talvez sufocante porque eu não conseguia confiar nele. Sempre me senti muito mal, porque nossas brigas eram sempre minha culpa. Eu era a ciumenta, eu que sufocava. E de uns oito meses pra cá, descobri que a culpa era das mentiras que ele contava.

Até hoje é difícil de acreditar que depois de quatro anos de relacionamento a gente nem se cumprimente “na rua”. Parecemos estranhos. Só em saber que contei tantas histórias, tantos segredos. Sempre achei que com ele estava segura. Mas segura do que? Acho que de nada.

Hoje, quando lembro, fico questionando se todas as vezes que ele disse “eu te amo” foram verdade ou mentira. É que não é qualquer pessoa que termina um namoro por telefone, dizendo simplesmente que não te ama mais. Eu posso ter acreditado muitas vezes no teu papinho, mas nesse eu não acreditei. Chega, não me faça mais de idiota.

E aquele ditado que mentira tem perna curta é verdade. Pode até ser uma perna maiorzinha, mas sempre acaba descobrindo. E eu descobri o por que do fim do relacionamento. Mas e as outras mentiras que ele contou? Eu tento, mas se ele continua afirmando que é o santinho, eu não tenho como descobrir mais. Eu tenho é pena de quem está ao lado dele agora.

Pelo menos me fez aprender que não posso confiar em qualquer pessoa que diga “eu te amo”. Também percebo que alguns nasceram para viver uma vida de mentira, e o pior, culpando os outros pelos seus erros.

Já me magoei de mais por tudo isso. Peço encarecidamente a todos que leram, que sejam sinceros comigo, por pior que seja o que tem a me dizer.

E agora amiguinho, vai sair ligando pra tua irmã?

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Lenda do 403.

Como muitos sabem quem começa a assistir a série Americana LOST, vicia. Tinha acabado de assistir ao último capítulo da primeira temporada. Ansiosa por saber o que aconteceria a seguir, já estava com o próximo DVD na mão.

Fiz uma pausa para o xixi e diferente das outras vezes em que entrava no banheiro, resolvi chavear a porta. E foi tão fácil. Em nenhuma das outras vezes que havia tentado, consegui. Fiquei muito feliz. Estava difícil de acreditar.

Quando fui sair, ou melhor, tentar sair, não consegui. Aquela chave não virava. Por mais força que eu colocasse, não estava dando certo. E isso não podia estar acontecendo. Se eu consegui fechar, deveria conseguir abrir.

Me senti presa, como se fosse na ilha de LOST. Será que era uma armadilha? Uma maldição dos números? E eu precisava arranjar um meio de virar aquela chave e destrancar a porta. Procurei um óleo no armário. Não achei e lembrei que estava no meu quarto.

O banheiro, que não tem mais que 2 x 2, estava me deixando sufocada. Começou a ficar abafado. Para minha sorte, não sou claustrofóbica. Então tive uma idéia, não para abrir a porta, mas para a circulação. Liguei o exaustor, o que aliviava um pouco a má sorte de estar presa e não poder fazer nada.

Se ao menos tivesse com o celular no bolso ou com alguma revista para ler e passar o tempo. Não tinha nada, e o único lugar para sentar era o vaso sanitário. Sentei e comecei a pensar o que poderia fazer para sair o mais rápido possível de lá. A próxima idéia foi usar sabonete líquido para lubrificar a chave, fazendo o papel de um óleo. Não deu certo. Apelei para um grampo de cabelo para colocar o sabonete dentro da fechadura. Mas nada adiantou. Absolutamente nada.

Peguei a toalha de rosto para colocar entre a chave e minha mão que já doía pela força aplicada para tentar girá-la. Também não deu certo. Senti-me completamente inútil, e agora só me restava esperar. Esperar que os irmãos coragem chegassem a tempo de eu poder pegar o trem e chegar à aula de Comunicação e Legislação aplicada.

Então, dormi sentada. Fiquei com um mau jeito no pescoço. Dormia, acordava, dormia, acordava. De repente ouvi ruídos na porta da frente, barulho da porta do quarto. Finalmente, minha salvação. Gritei, expliquei a situação e a única idéia que vinha em mente era jogar a chave por baixo da porta para o meu irmão emprestado tentar abrir. E ele conseguiu e chegou bem na hora que o calor começou a ficar insuportável.

Enfim, foi uma tarde perdida. Três horas e meia trancada no cubículo. É, hoje é 1º de abril e essa história podia ser pegadinha, mas não. Ela é baseada em fatos reais.