quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Abre a porta Mariquinha.

Sempre tive sorte com porteiros: ou são muito chatos, ou são legais. Até tem alguns que de tão legais começam a se encaixar no grupo dos chatos.

Outra coisa que os porteiros podem ser é: entediados. Moro em um prédio que tem porteiro faz três anos e eles pedem demissão e são admitidos tantas vezes quanto troco de roupa. Nunca vi.

Nesses três anos já ouvi várias pérolas. Já que porteiro não tem muito o que fazer, além de abrir e fechar a porta, e chamar por interfone os moradores, atender tele entrega, eles devem passar o dia inteiro pensando muitas coisas. Uma, por exemplo, é que tipo de assunto eles poderiam puxar contigo quando tu passar pela portaria.

O ruim de porteiro puxar assunto (bom pra eles que ficam mais ocupados), é que ocupa teu tempo. Na verdade, o que eu mais quero quando chego em casa é entrar o elevador e fazer qualquercoisaqueeuquiser em casa. E quando eu coloco o pé aqui, o porteiro vem puxar assunto.

Acredito que com o passar do tempo os porteiros fiquem mais curiosos e fofoqueiros. Bom, pelo menos se o porteiro falar de mim por aqui, a única que eu conheço é a síndica. Não tem muito pra quem espalhar o que eu faço, ou deixo de fazer, e quem freqüenta meu apartamento.

Mas eu tenho o meu porteiro favorito. Ele trabalhava aqui desde quando me mudei. Fechou três anos que eu via ele todas as noites. Disse que ia sair de férias e nunca mais voltou. O papo dele era estranho. Desenhava no paint, e sempre achava um apelido pra qualquer um. Um dia, quando tava passando o filme As branquelas, na Globo, ele disse que eu parecia uma delas (eu mereço). Ah, e como meu sobrenome é Bechert, e ele não sabia pronunciar, saía espalhando pros vizinhos que eu era prima do David Beckham. Bem que eu podia ser esposa dele, e não prima (#comentário tarada da vez).

Mas, o mais incrível é que eles sabem tudo da tua vida sem nem mesmo perguntar. Eles sabem quando tu namora e quando não. Quando está de rolo, de ressaca, cansado, triste, feliz, elétrico. Não precisa trocar uma palavra. É só um oi e já basta pra ele saber se pode ou não fazer piadinha (legal ou sem graça) naquele dia.

Bom, eu sei que eles são prestativos, mas são curiosos. Essa semana mesmo, um deles, gentil, carregou minhas sacolas do super e aproveitou pra fazer um comentário sobre as compras. Sim, esse é uma figura... todos devem adorar ele por aqui.

Tenho um problema grave: nunca sei nome de porteiro nenhum, e não me preocupo muito com isso. Afinal, cada dia é um diferente. Eles até dizem que o garoto que mora comigo é meu irmão. Eu nunca disse que não, vai que seria difícil eles entenderem minha explicação.

Mas, uma vez fui em uma festa, com a minha prima. A festa estava ruim e decidimos volta pra casa pelas duas da matina. Resolvemos ficar na portaria conversando com a alma da portaria, já que ir pra casa dormir era muito triste. Infelizmente foi um monólogo e eu quase dormi na cadeirinha.

Bom, já chamaram ficante meu com o nome do meu ex, já perguntaram quantas pessoas jantariam aqui por causa da pizza que tava chegando, já pararam com a porta do elevador aberta por mais de dez minutos pra bater papo, já disseram pra acompanhantes, que o último tinha saído degolado/enforcado daqui (nãomerecordomuitobem).

No fundo, no fundo mesmo, quando eu me sinto sozinha, sem ninguém pra conversar, eu penso em ir até a portaria falar um pouco.

Penso, logo desisto.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Oktoberfest´s e afins.

O mês das Oktoberfest´s está acabando. Por todo lugar do estado, por menor que seja a cidade, tem uma Oktoberfest. Eu conheço a de Santa Cruz do Sul, a de Igrejinha, Roca Sales, Maratá. E tem aquela, a segunda maior do mundo, que não fica no Rio Grande do Sul, que é a da Blumenau.

Seguindo a tradição alemã, danças e comida e bebida típica. Ou seja, chopp. Conforme nosso site amigo, Wikipédia, que não traz muitas seguranças sobre suas informações, "O chope (do alemão Schoppen, "copo de meio-litro", pelo francês chope) é como se denomina, no Brasil, a cerveja sem pasteurização, servida sob pressão. O chope chegou ao Brasil com a Família Real Portuguesa, em 1808. À época, era uma bebida restrita à Corte. Com o surgimento de bares e botequins, o consumo da bebida popularizou-se, tomando o lugar dos vinhos e da cachaça".

Conclusão: hoje, essas festas alemãs são frequentadas por aqueles que se interessam pela cultura, mas também aqueles jovens que querem diversão, zoação e bebedeira de uma forma barata.

Pois pude conferir isso com meus próprios olhos, na Oktober de 2009 de Santa Cruz. Tudo muito bem organizado, espaços distribuídos, organização impecável. Até eu começar a ver aqueles que já passaram da conta.

O primeiro nem conseguia parar reto, em pé. Pessoal da minha turma de amigos foi lá ver se poderia ajudar. Era umas 22 horas, e o dito cujo disse que estava lá desde as 14. tinha perdido mais de R$ 70,00. Piadistas ainda disseram que desse jeito ele ia perder muito mais do que só o dinheiro. Era engraçado. Uma caneca de chopp na mão, e na outra, uma garrafinha de água mineral sem gás.

Sem muita vontade de beber, já que estava cansada, eu e minha amiga sentamos em um banquinho para observar o povo, que diferente de nós, só queria fazer festa. Ao nosso lado tinha um laguinho, iluminado (luzes verdes, amarelas), com uma ponte. As tentativas de ir na ponte, interditada, foram várias. Uns turistas até pularam a linha de isolamento e foram lá.

Fotos, fotos, fotos. Todos os momentos hilários precisam estar registrados para que no outro dia lembrar de tudo: - Mas eu fiz isso?! NÃO, eu não fiz isso. - Fez sim, está registrado, sem escapatória.

Pegar vasos de flores e dar para as alemoas, tirar as flores do vaso, jogar terra nas alemoas, arrancar as flores do bouquet. Trova fiada, trova legalzinha, trova muito boa, mas trova. Homens feios, bonitos, mais ou menos, imprestáveis, prestáveis, bêbados. As mulheres sempre são mais lights nessa história, porque nesse quesito, as mulheres ainda não tem dependência. Elas esperam os homens chegarem pra conversar e trotear (claro que há excessões).

Vi gente caída, se contorcendo, vários sorrisos, gargalhadas, danças engraçadas, pessoas dançando de forma engraçada, um louco se pendurando no lustre e queimando a lâmpada, montinho, dança das perninhas (tipo do filme Moulin Rouge), dança do siri, "mãos e braços, beijos e abraços". Ouvi muita coisa agradável, e desagradável. Chantagens, piadas, meiguices.

Cada ano tende a piorar, se parecer mais com carnaval, onde o principal objetivo é beber para esquecer as coisas ruins da vida: a conta para pagar, a saúde, os estudos, o difícil trabalho. Cada ano menos cultura, menos apreço, mais curtição e mais zoação. Aliás, a irresponsabilidade das pessoas está tornando as coisas cada vez mais banais.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O mundo é uma ervilha.

Alguém, algum dia, me disse que para cada pessoa que você conhece, tem seis pessoas que você também conhece e que conhece ela. Entendeu?! Ou seja, eu te conheci hoje, mas já tenho ou terei seis conhecidos que também te conhecerem e tem vínculos contigo. Bom, vou deixar esse assunto meio que de lado, porque na verdade quero falar que Porto Alegre é uma ervilha. Ou, pensando melhor, o mundo é uma ervilha. Sempre tem alguém que tu conhece, ou então alguém que conhece alguém que te conhece. Nesse último meio ano posso citar alguns exemplos. Tipo, os amigos que são amigos do amigo que eu conheci no show do Oasis. A prima do amigo, os amigos do amigo. A minha colega do inglês que peregrinou de Estrela para a capital. Não importa onde você esteja. Em 99% das vezes que você sai de casa você encontra um amigo, conhecido, parente ou então, conhece alguém que te conhece. Incrível. Fulano é amigo do beltrano. "Não acredito que você conhece a fulana. Ela é minha prima". Ou então adiciono o amigo de um amigo, que também viajou com o meu colega que é namorado da minha amiga. Encontro conhecidos indo pro trem, no ônibus pra Estrela, no aeroporto, no cinema, no shopping, na praia ...óóó céus. Imagina se o mundo fosse realmente do tamanho de uma ervilha? Mas, para minha sorte, eu gosto de ervilha.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Vida de fotógrafo.

Fotógrafo não fala – informa; Fotógrafo não vai a festas – faz cobertura; Fotógrafo não acha – tem opinião; Fotógrafo não fofoca- transmite informações inúteis; Fotógrafo não para - pausa; Fotógrafo não mente- equivoca-se; Fotógrafo não chora – se emociona; Fotógrafo não some – trabalha em off; Fotógrafo não lê – busca informação; Fotógrafo não traz novidade- da furo de reportagem; Fotógrafo não tem problema – tem situação; Fotógrafo não tem muitos amigos- tem muitos contatos; Fotógrafo não briga – debate; Fotógrafo não usa carro- mas sim veículo; Fotógrafo não passeia- viaja a trabalho; Fotógrafo não conversa- entrevista; Fotógrafo não faz lanche- almoça em horário incomum; Fotógrafo não é chato- é crítico; Fotógrafo não tem olheiras – tem marcas de guerra; Fotógrafo não confunde- perde a pauta; Fotógrafo não esquece de assinar – é anônimo; Fotógrafo não se acha – já é reconhecido; Fotógrafo não influencia- forma opinião; Fotógrafo não conta história- reconstrói; Fotógrafo não omite fatos – edita-os; Fotógrafo não pensa em trabalho – vive o trabalho; Fotógrafo não é esquecido – é eternizado pela crítica; Fotógrafo não ve - enxerga; Fotógrafo não ouve - escuta; Fotógrafo não some - se ausenta; Fotógrafo não aprende - se atualiza; Fotógrafo não come - se alimenta; Fotógrafo não briga - trava combate; Fotógrafo não é feio- é exótico; Fotógrafo não aconselha -determina; Profissão: Fotógrafo.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Conto de Fadas.

Filmes de romance e novelas são assim. A história toda se passa, envolve e se baseia na conquista e nos obstáculos encontrados para ficar junto da outra pessoa, ou seja, da pessoa amada. E na história sempre tem aquele que separa os bonitinhos, e o povo torcendo pros dois ficarem felizes e viverem felizes para sempre.

Como assim, felizes para sempre?! Me responda, você conhece alguém que viveu ou vive um relacionamento feliz pra sempre? Sem brigas, sem discussões, sem contestações, sem ciúmes? Desculpa, mas nem mocinhos, mocinhas e qualquer personagem de novela ou da vida real deve viver.

Por que será que a novela acaba quando eles ficam juntos?! Ora, pra não mostrar as complicações de um relacionamento. O problema agora não é os outros, é o casal mesmo. Brigas idiotas, ou não. Ciúmes idiota, ou não. Controle idiota, ou não. Amor sufocante, ou não. Paciência, ou não.

Muitas vezes me pego pensando o porquê da minha vida não ser um conto de fadas. Justo, conto de fadas não existem. Pelo menos as coisas poderiam ser menos complicadas, as pessoas mais acessíveis e extremamente sinceras, os sentimentos realmente verdadeiros. Mas a vida é uma caixinha de surpresas. Algum brasileiro vive algum conto de fada?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Dormindo no ponto.

Há quem discorde, mas dormir é o melhor remédio. Sim, dormir é tudo de bom. É, por exemplo, o que eu gostaria de estar fazendo agora, depois do almoço. Acordar tarde, dormir cedo, dormir depois do almoço, dormir com a sessão da tarde. Tem coisa melhor? Essa atividade revigora. A gente esquece as coisas ruins que aconteceram durante o dia e até se anima a dar oi a qualquer um que estiver passando na rua num belo dia após uma noite bem dormida. E eu tenho mais um bom motivo para dormir. Como diria minha amiga pequeninha:"ai Mari, eu gosto de vir aqui na tua casa pra dormir. Esse teu colchão é tão bom". Eu não resisto ao meu colchão e à minha caminha agradável. Nos últimos dias ela deve estar sentindo minha falta, já que dormir é o que menos faço, e quando sobra um tempinho estou acampada, desfrutando da mordomia. Posso também, além de descansar, sonhar, ter pesadelos (o que não é muito agradável) e viajarnabatatinha. Pensar em viagens, planos, estudos, relacionamentos, situações agradáveis. Mas o melhor de poder dormir, num colchão confortável e sonhar, é dormir acompanhada. Saber que no outro dia vai poder acordar com aquele pijama, sem maquiagem, escabelada e vai ter alguém que vai ter a obrigação de te dizer bom dia, e sem reclamar de nada. Enfim, vou tirar uma sonequinha.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Inverno.

Tem quem ame, quem deteste e aqueles que não sabem o que preferem. O inverno está chegando, suas temperaturas pelo menos já chegaram. Eu vou ser verdadeira com meus raros leitores e declarar: eu AMO o inverno. Na estação do frio intenso, da geada, da neve que cai de vez em quando no estado, tudo fica mais bonito. Parece que as águas são mais cristalinas, as pessoas mais educadas, a nação mais feliz, o doce mais apetitoso, os parques mais coloridos (sim, o coloridos deveria ser na primavera, época das flores... a questão é que o verão não tem cor). Nos dias gelados estamos mais dispostos a sermos menos egoístas. Gostaríamos de dividir a coberta, a garrafa de vinho, a janta e até os comentários sobre o filme do Intercine. Tudo o que contém mais calorias é mais desejado e consumido. Tudo acontece num ar tão mais europeu. A lareira, o cobertor, o aquecedor, as pessoas irreconhecíveis na rua. E as roupas? Caem muito melhor no inverno. Aqueles casacões, cachecois, lenços, botas, pijamas apeluciados (é assim?!), pantufas, palas, tocas, luvas. Ai, como é bom o inverno. Certo que só em lugares quentes e quando estamos quentes. Não digo que amo o inverno quando chove, quando tenho que ficar no frio, quando aquele vento bate na cara e racha ela, literalmente. E essa estação me faz fazer coisas que eu gosto. E eu fico com os olhos brilhando, uma eterna apaixonada pelo frio.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Um pouco de vinho.

O que um pouco de vinho não faz com uma pessoa, não é? Numa noite dessas, um dia desses, nesses dias bem friozinhos aqui do sul, resolvi ter uma noite Italiana. Um delicioso cardápio de massa de arroz com molho de azeitonas. Para completar, um vinhozinho chileno para fechar a noite bem alegre e quentinha.
A primeira taça é sempre a melhor. Ali ainda estamos na nossa condição normal, onde tudo é sentido e notado. O gosto agradável do vinho me fez me servir mais, e mais. E foi então que eu percebi que eu já ria à toa de tudo que me falassem. Não necessariamente ao vivo, mas virtualmente também.
E eu perdi a vergonha de falar qualquer coisa. Falei com as pessoas que normalmente eu não iria falar. É, falei. Eu perco o medo de tudo quando estou levemente feliz, aquele dia devido ao vinho. Conversei coisas inimagináveis, marquei programas inacreditáveis, fui sincera de mais.
Me perdoem aqueles que foram levemente atingidos por isso. É, acreditem, tudo que eu falei era, na verdade, coisas reprimidas que algumas vezes tenho vergonha de mim mesma por pensar ou sentir. Sim, o momento certo pra tudo chegaria, eu só antecipei um pouco, o que deve ter causado espanto, constrangimentos e dúvidas nas pessoas. Será?! Bom, em mim não. No outro dia eu me lamentei por ter sido tão sincera. Queria ser sempre assim, mas o mundo não gira em torno das minhas sinceridades, muito menos das minhas vontades (e que não dependem só de mim). Apesar de tudo, hoje sinto-me feliz e aliviada, certa do que devo fazer, e também o que não devo fazer daquelas coisas todas que foram ditas.
Sem mais, sem vinhos, sem verdades. Hoje estou normal.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Mariana e O-a-sis em: pós-show.

O show tava lindo, maravilhoso. Pena que uma hora acabou e tivemos que dar um jeito de ir embora. O pessoal do outro carro ainda pilhou os alemães pra ir no Cavanhas, mas o meu carona não quis ir. A solução foi ir pra casa mesmo, se deliciar com as recordações que o show havia deixado, transmitido, passado.

Estava radiante. Deitei na cama e ria sozinha, de mim mesma. Como poderia um ser ficar tão feliz-alegre-contente com um show? Era uma sensação que dificilmente eu iria sentir de novo. Afinal, em quantos shows do Oasis eu vou ir na vida? E a noite foi regada a músicas da banda que eu tinha acabado de assistir ao vivo – claro que agora mais sem graça do que antes.

Acordei parecendo outra pessoa. Fui cantarolando, meio-que-saltitando pro trabalho. As pessoas que passavam por mim no caminho da minha casa-trabalho deveriam ter achado que eu era uma louca. Afinal, eu sou uma louca consciente (isso existe, será?). E eu estava disposta a fazer aquele dia pós-show ser tão inacreditável e maravilhoso como o do dia 12, mesmo sendo dia 13. Eu ainda estava sem palavras e em alfa devido à mostra da banda inglesa.

Cheguei ao serviço pilhada pra começar a escrever pro meu blog, e claro que não para fazer os trabalhos. E graças à minha sorte, meu computador pifou-não-ligou-mais. Eu só queria falar de O-a-sis, O-a-sis, O-a-sis. Eu até to me enrolando um pouco por aqui, porque realmente é uma sensação inexplicável. Sim, inclusive o depois. Além disso, tinha prometido procurar meus novos amigos no Orkut. De alguns eu até lembrava o nome. Queria colocar as fotos no álbum do site de relacionamentos pra todo mundo ver que eu realmente fui. E eu fui.

O primeiro mais novo amigo que eu procurei no site, foi o morenaço. Afinal, o interesse era grande pra que ele logo me mandasse a foto que ele tirou do “trio-parada-dura”. E de repente vejo nossos amigos em comum: - Óhhhh. Ele é amigo da minha Irresponsável lá no Irga. Eu pouco curiosa fui lá perguntar: - O Irresponsável, daonde tu conhece o morenaço? E ela: - O morenaço de Little Church? Eu: – É, é. Ela: Ah, ele é um dos meus filhos adotados-emprestados-entenda como quiser. Por quê? Eu: Porque eu fui no show com ele ontem. E então a fofoca rolou solta. O mundo é realmente muito pequeno, mas as coisas acontecem porque devem acontecer. O morenaço até falou que um dia vai me convidar pra fazer alguma coisa, tipo, andar de rede, sabe.

A loira também foi adicionada e comentou que meu texto sobre o show está ótimo, porém, faltou o detalhe de quando estávamos indo para o show e discutindo, juntamente com o pessoal do Pretinho Básico, o que consideramos traição. O loiro, o primeiro amigo, o pilhador, é pra ir sábado no Baile do Chucrute. Vamos ver se ele não vai dar pra trás. O amigo do Halls não entra muito no MSN, as notícias dele são poucas. E o que me colocou nos ombros deve ter morrido de tanta dor nas costas, porque eu não achei ele em lugar nenhum.

E acho que é só. Pessoal, quando é o próximo show?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Mariana e O-a-sis em: o SHOW.

Meu amigo internauta, que não era mais tão internauta me salvou. Combinamos de nos encontrar às 18 horas na rodoviária, já que ele ia pegar a prima dele que tinha vindo de Poço das Antas especialmente para o show (claro que para o show). Como ele é tímido, e ela era uma desconhecida, o início do encontro do trio foi meio-que-digamos-que silencioso. Tínhamos que ir da rodoviária até o Bonfim encontrar os amigos do meu amigo, que eu também nunca tinha visto na vida. Eu só torcia pra que fossem simpáticos e não me deixassem sozinha. Imagina se eu vou pra lá e acontece alguma coisa comigo?! Afinal de contas, não contei pra nin-guém da minha família que eu prestigiaria a tal da famosa banda, que pra eles de famosa e valiosa não tem nada. Chegamos na Felipe Camarão e as apresentações foram meio tímidas, nervosas, rápidas. O importante era pegar o carro e seguir até o Gigantinho (lugar que eu nem imaginaria pisar algum dia). No caminho até o estacionamento onde deixamos o carro prata, bonitinho e limpinho do amigo, eu e a loira de Poço das Antas fomos nos familiarizando. Ela já tinha até sido uma super-mega-hiper colega momentânea do meu irmão (esse mundo é pequeno ). Assim que colocamos o pé lá no espaço dos colorados, resolvi contar. Nosso grupo-turma-gangue-galera era composta por oito integrantes. Três meninas e cinco rapazes. Demoramos uma meia hora até chegar na pista, onde ficaríamos o resto da noite para apreciar os irmãos birrentos e o resto da banda. Convenhamos, a fama é deles, né? Logo encontrei alguns conhecidos como meu amigo sinuqueiro de Lajeado (me perdoe), e o meu mais novo seguidor do Twitter. Fui fazer a social e voltei pros lados do pessoal. De longe avistei as parcerias do Centro 3 da Unisinos, tipo o sabe-tudo-de-oasis e o senhor mais indeciso que eu (sim, ele decidiu na tarde que iria ir ao show). A questão é que não eram nem 19h e 30min, e a gente já estava em pé esperando “os ilustres” subirem ao palco. Pelas informações que eu tinha, eles estariam tocando pelas 21 horas. Ainda tinha o show de abertura da Cachorro Grande, agradável aos fãs que esperavam a banda principal. Entre as tantas letras das canções, ressalto: “Você não sabe o que perdeu. Você não viu o que aconteceu”, não indo ao show do Oasis. O meu carona era o mais quieto de todos. Querido, mas na dele. O outro, alemão de Parobé, era o que não parava de oferecer Halls. Também tinha o morenaço de Little Church que não ganhará explicações aqui, pois haverá um novo texto explicando o pós-show. O casal de namorados, meio excluído. A loira, ex-colega do meu irmão , e também o Beatle Jr., que me carregou na marra. Companhias extremamente agradáveis, amáveis, divertidas, e inesquecíveis, quem sabe. 21h e 40 min as criaturas sobem ao palco e começa o tão-tão-esperado show. Até aquele momento eu conhecia uma meia dúzia de músicas deles, mas foi o suficiente para eu dizer que realmente valeu cada centavo. Pra dizer que apesar deles serem uns arrogantes, brigões e estúpidos, eu gosto das músicas deles. Defino o show, como perfeito. Não há muitos detalhes que possam ser descritos aqui. Normalmente coisas perfeitas são indescritíveis e inexplicáveis. Única coisa que podemos descrever e a dor nas costas do meu quase amigo Beatle que me suportou em Don´t Look Back in Anger. E se você quer saber, sou fã de O-a-sis sim!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Mariana e O-a-sis em: o ingresso.

11 de maio de 2009. Eu prefiro números pares aos ímpares, mas agora tanto faz. Esse número me trouxe expectativas para eu ter um dia 12 cheio de boas lembranças depois da noite espetacular que tive no Gigantinho. Eu já tinha decidido há mais ou menos umas duas semanas que eu realmente iria ir ao show da banda inglesa Oasis. Ainda mais depois que troquei algumas palavras com um amigo internauta que me pilhou pra ir. Diferentemente dos irmãos Liam e Noel, eu não estava brigada com ninguém. A única coisa que eu realmente precisava era juntar a fortuna toda para comprar o ingresso. Os dias foram passando. Era mais ou menos como “sem lenço, sem documento”, literalmente sem dinheiro. E o medo dos ingressos acabarem? Isso realmente não podia acontecer. Apesar de eu não gostar muito, muito de nenhuma banda, eu resolvi ir. Não imagino quando seria a próxima oportunidade de ver esses caras tocando e tal. Essas coisas. E finalmente, um dia antes do show, no ímpar (que normalmente me trás um azareco) eu fui comprar o ingresso. Apesar de todos aqueles comentários do povo dizendo que não ia, porque não tinha conseguido ingresso, eu fui até a bilheteria do Bourbon Country ouvir com meus próprios ouvidos o NÃO da vendedora. Chegando lá, a bilheteria do teatro não estava realmente sendo muito procurada e o meu medo aumentava a cada passo em que dava em direção ao balcão. Eis o momento que pergunto para a moça que me respondeu por aqueles interfones/microfones/seja lá o que: - Ei moça, ainda tem ingresso pro Oasis? Ela me olhou com aquela cara de “que pergunta idiota” e me respondeu em claro e bom som, como se a resposta fosse mega óbvia: - Sim. Estava finalmente preparada para ir ao show na terça-feira, dia 12 de maio. Ou quase. E agora, com que eu vou?! Ei, amigo internauta pilhador para show do Oasis, me salve dessa.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Medinhos.

Quem nunca sentiu medo que atire a primeira pedra, ou que solte o primeiro grito! Ah, eu grito, mas por sentir medo. Tenho muito medo. Medo de várias coisas que acontecem, ou melhor, que poderiam acontecer.
Meu maior medo é de perder pessoas que amo muito. Aquelas especiais que fizeram parte de todos os dias da minha vida. Não imagino minha vida seu meu pai e minha mãe. Eles que sempre me apóiam e estão comigo nas decisões mais absurdas que posso tomar. Ou que me reprimem por algum ato que deveria ter pensado melhor antes de fazer. Sim, é o meu maior medo. Nessa lista de pessoas também entram aquelas que não fizeram parte de toda minha vida, mas que são tão especiais. O irmão biológico, os irmãos emprestados, os amigos das horas boas, e os das horas ruins também.
Tenho medo de ser assassinada, assaltada, estuprada. Também de ser injustiçada, ser presa, sequestrada e vítima de animais selvagens. Medo também de adoecer e morrer amanhã, ou muito em breve. Medo de acidentes de trânsito, guerras, bombas.
Eu ainda conheço o medo bom, que mais parece ansiedade. Na verdade não sei explicar direito, mas sei o que é. O medo bom é tudo aquilo que tu gostaria que acontecesse, mas improvável de acontecer. Claro que não impossível. É aquilo que acontece raras vezes, e por ser menos freqüente, tu acaba sentindo aquele friozinho na barriga por tudo o que está, ou não, por vir. Coisas boas caracterizam o medo bom.
Medo de dormir e não acordar mais, de pegar fogo em casa, do Grêmio falir, do MSN acabar, de roubarem o celular com toda lista telefônica. De voltar a fazer trabalhos à mão, de não saber dirigir.
Todos temos medos. Medos de coisas reais, que certamente podem acontecer.

domingo, 22 de março de 2009

Nosso mundo audiovisual.

Vivemos em uma era tecnológica, onde praticamente tudo envolve produtos audiovisuais. Celulares, internet, cinema, televisão. Os jornais, tanto os mais vendidos, como aqueles de pequena tiragem, estão colocando seu conteúdo online, com vídeos e explicações audiovisuais ao leitor/expectador. Conteúdos que não precisam mais de equipamentos raros, caros e pesados para serem feitos. Hoje podemos postar vídeos de nosso interesse no YouTube, feitos com nossas câmeras digitais compactas.
Nesses dias, coloquei na rede um vídeo (anexo 1) meu e dos meus primos jogando carta na casa da minha avó. Sem pensar muito no que havia produzido, só agora que me dei conta que era um produto audiovisual. Algo instantâneo de nossa geração, o que diferencia dos irmãos Lumiére que levaram anos pensando para construir e reproduzir seu cinematógrafo.
E agora fico pensando qual o significado dessa informação que coloquei na rede. Ora, para mim e meus parentes que estão no vídeo, com certeza há lembranças de momentos bons passados naquele instante. Risadas, alegrias, sentimento. Para quem não esteve presente no momento, fica a informação de um jogo que talvez não conheça. É só entretenimento? Há informação nesse vídeo?
O jornalismo se transformou com as tecnologias. Não é somente informação passada através de textos ou notas pregadas em praças públicas. As ondas de rádio começaram a ser utilizadas, principalmente na 2ª Guerra Mundial para passar informações sobre tropas adversárias, comandos e as decisões de governantes.
Depois disso o rádio já era um veículo de comunicação de massa, com grade de programação: notícias e entretenimento. Depois, a televisão foi o sucesso da vez. Críticos acreditavam que o rádio sumiria. Os dois meios de comunicação começaram a ser acessíveis à toda a população. Todos assistiam ou ouviam seus programas preferidos.
Na televisão o produto audiovisual começou a se popularizar. Além da informação passada pelos apresentadores, o telespectador não ficava mais só na imaginação. Agora podia ver imagens reais dos acontecimentos. E o mais interessante é que essa tecnologia atingia muito mais do que uma cidade. Agora se podia ver imagens e notícias de toda parte do mundo. Mesmo sem viajar e conhecer os lugares famosos, todos tinham a idéia de como era. A imagem e o áudio, além de e ser transmitidos para todos como entretenimento, também repassava informações.
Minha mãe, por exemplo, não troca a facilidade de ligar a televisão e assistir aos telejornais ali exibidos, por portais de notícias na internet. Mesmo os portais adicionando produtos audiovisuais, ela segue uma rotina de toda noite ligar o aparelho na mesma hora, ver os mesmos apresentadores, no mesmo canal. Pra ela, de uma geração anterior, procurar sites é difícil, downloads são demorados, e a cadeira não tem o mesmo conforto do sofá.
O cinema sempre foi uma boa opção de cultura. Histórias, bons roteiros, ótimos atores. Não estudamos muito cinema no curso, pois as noticias e situações mais importantes não estão nos roteiros de filmes. O que aproxima o jornalista do cinema é o documentário, que trata de um assunto específico, real, ou não.
O que acontece hoje, é que todos estão virando repórteres. Portais noticiosos sempre tem o espaço, normalmente denominado de, Você Repórter. Lá é possível postar materiais audiovisuais, sons, fotos e textos. As informações são tantas no mundo de hoje, que só jornalistas não tem mais como captá-las. E quem escolhe é o internauta, o leitor, o telespectador. A informação que ele vai receber, é decidida por ele.
Estamos entrando na era digital. Diz-se que há interatividade. As pessoas escolhem o que, quando, aonde, e porque querem esse determinado produto. Com melhor som e imagem. Há tantos produtos audiovisuais, que nem sabemos mais os nomes de quem os produz, de quem é importante e nem o que realmente deve e vale a pena ser assistido. E qual será que vai ser a próxima geração? Será que haverá mais tecnologia para transformar isso tudo que estamos vivendo. É quase impossível imaginar que sim, mas esperemos.
Anexo 1

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Minha Vó.

Antes de tudo quero que saibas que fico muito feliz em estar participando dessa festa por mais um ano. Eu sei que nesses 21 anos que tive a oportunidade de participar, nem sempre estava presente fisicamente, mas sempre te desejando mais e mais anos de vida para alegrar as bocas com os sorrisos dessa família linda que tens e criaste.

Agora te desejo por esta carta um Feliz Aniversário e muitos e muitos anos de vida. Agradeço por todos os momentos que passamos juntos, principalmente aqueles que eu mais me lembro que são os abraços, da chegada e da partida de cada momento compartilhado.

Agradeço por ter criado minha mãe como uma mãe exemplar. Uma excelente educação que proporcionou a Moa ser essa grande mulher que é hoje. Com certeza passou ensinamentos que ela usa todos os dias, como a lida com a horta. Com certeza a nossa vida é muito mais saudável com os alimentos que plantamos e cuidamos com nossas próprias mãos. Vai ver, esse é um dos motivos da senhora poder ter tido muitos momentos familiares.

Não poderia também esquecer a minha comida favorita que só a vó sabe fazer: Galinhada da Vó! Com forma e tempero inigualável na face da Terra. E as tantas outras guloseimas feitas pela matriarca da família, como: Cerveja Preta, rosca, massa feita em casa com pãozinho torrado, bife acebolado, entre tantos outros cardápios que nos fazem ficar com água na boca.

E outra, a Mônica, lembro que era muito pontual com o almoço do vô José. Este, tinha que estar pontualmente servido ao meio-dia, logo depois do Correspondente Ipiranga, da Rede Gaúcha Sat!

Para constar ainda o seu amor e paixão por orquídeas. Não só por elas, mas todas as plantas e flores que são muito bem tratadas, para deixarem a rua do maldito coro de cães, com uma especial vida colorida.

Agradeço, finalmente, toda atenção, todo tempo dedicado, todo presente – e tenho certeza que todos foram dados com muito carinho – e por sua presença nessa nossa grande família. A nossa família.

Parabéns, e agradeça por tudo que Deus te permite realizar a cada dia que levanta da tua cama, e a principal delas é viver e ver seus filhos, filhas, genros, noras, netos e netas podendo sorrir com a tua presença.

Vó, eu te amo!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O verão - Parte 1: Free Way.

Era uma sexta-feira. Mas não pense que era como qualquer sexta. Já era 2009, ou melhor, verão de 2009. Período em que tiramos férias. E quem não tira férias faz de tudo pra conseguir ir até o litoral e pegar uma prainha no final de semana. E foi isso que eu fiz.

Consegui uma carona com uma amiga, mais precisamente, ex-colega de trabalho. E lá fomos nós, rumo ao litoral. Não estávamos sozinha, seu simpaticíssimo irmão nos acompanhava atirado delicadamente no banco de trás do carro vermelho. E claro, seu pai e sua mãe nos vigiavam, já que estávamos meio que em uma perseguição familiar. Eles estavam no carro atrás da gente.

Saída de Canoas, destino Rainha do Mar. E tudo estava sendo tão divertido. Tiramos o dia para fofocar e pensar o que faríamos no final de semana ouvindo umas músicas da Ivete. E era uma falação, e de repente, a caroneira aumentava o volume e começava a cantar. Esse era o espírito: tudo vale no final de semana. Ou não?

Entramos na Free Way, popularmente conhecida. Tinha bastante movimento, até. E sempre me faz pensar que quando estou com a motorista, algo inusitado irá acontecer. E estava prestes.

Um Honda Civic extremamente lindo, tom de verde, sem nenhum arranhão, com placa que não posso divulgar, passa pela nossa esquerda. E claro, muitos outros carros estavam passando pela esquerda, já que nossa velocidade não nos permitia pertencer àquele lado. E só o carro também não bastava, a questão era a composição da direção, do carona e do carona traseiro.

Três garotos. Ta, eu não estou implicando. Três homens então, melhorou? E jovens. Óóóóó. E uma meioquemini perseguição começou. Ultrapassando pela esquerda, na frente, na direita, atrás. Todas as posições possíveis aquele carro estava. E nós sendo cercadas. E agora?

Primeiro pedágio e os garotos se anteciparam, foram bem ligeirinhos ao conseguirem parar na nossa frente, não nos deixando seguir caminho sem eles, claro. Um até se arriscou a abrir a porta do carro, mas desistiu logo.

E continuamos nosso caminho. A situação era parecida com a anterior ao primeiro pedágio. E de repente a luz interna do Honda é acionada. O que as criaturas estão aprontando? Ai ai ai ui ui. Nossa grande criatividade achou que seria um cartaz com alguma mensagem, mas não passava disso.

E eles encostaram o carro na direita, e a família atrás, no outro carro. E iam encostando, encostando. E agora? E agora? Eu só vejo a mão, o braço, o relógio do caroneiro traseiro do carro verde com a mão pra fora estendendo algum objeto e berrando: pega que tem nosso telefone (se eu não me engano foi algo do tipo). Eu alemoa do jeito que sou, fiquei nervosa e não conseguia mais nem achar o botão pra abrir o vidro.

Para desespero completo do público, o carro chegava cada vez mais perto e até gritavam: vai bater, vai bater. Nossa sorte foi que a motorista não viu. Eu peguei o objeto, parecido com algo voador. E o carro dos amigos sumiu.

Todo arranhado, o CD, objeto agora identificado, não tocava. Estava arranhado propositalmente por uma chave. É, uma chave para abrir porta, eu acho. E para que nos servia? Para entrar em contato com a misteriosa gangue do verde Civic.