quarta-feira, 2 de abril de 2008

Lenda do 403.

Como muitos sabem quem começa a assistir a série Americana LOST, vicia. Tinha acabado de assistir ao último capítulo da primeira temporada. Ansiosa por saber o que aconteceria a seguir, já estava com o próximo DVD na mão.

Fiz uma pausa para o xixi e diferente das outras vezes em que entrava no banheiro, resolvi chavear a porta. E foi tão fácil. Em nenhuma das outras vezes que havia tentado, consegui. Fiquei muito feliz. Estava difícil de acreditar.

Quando fui sair, ou melhor, tentar sair, não consegui. Aquela chave não virava. Por mais força que eu colocasse, não estava dando certo. E isso não podia estar acontecendo. Se eu consegui fechar, deveria conseguir abrir.

Me senti presa, como se fosse na ilha de LOST. Será que era uma armadilha? Uma maldição dos números? E eu precisava arranjar um meio de virar aquela chave e destrancar a porta. Procurei um óleo no armário. Não achei e lembrei que estava no meu quarto.

O banheiro, que não tem mais que 2 x 2, estava me deixando sufocada. Começou a ficar abafado. Para minha sorte, não sou claustrofóbica. Então tive uma idéia, não para abrir a porta, mas para a circulação. Liguei o exaustor, o que aliviava um pouco a má sorte de estar presa e não poder fazer nada.

Se ao menos tivesse com o celular no bolso ou com alguma revista para ler e passar o tempo. Não tinha nada, e o único lugar para sentar era o vaso sanitário. Sentei e comecei a pensar o que poderia fazer para sair o mais rápido possível de lá. A próxima idéia foi usar sabonete líquido para lubrificar a chave, fazendo o papel de um óleo. Não deu certo. Apelei para um grampo de cabelo para colocar o sabonete dentro da fechadura. Mas nada adiantou. Absolutamente nada.

Peguei a toalha de rosto para colocar entre a chave e minha mão que já doía pela força aplicada para tentar girá-la. Também não deu certo. Senti-me completamente inútil, e agora só me restava esperar. Esperar que os irmãos coragem chegassem a tempo de eu poder pegar o trem e chegar à aula de Comunicação e Legislação aplicada.

Então, dormi sentada. Fiquei com um mau jeito no pescoço. Dormia, acordava, dormia, acordava. De repente ouvi ruídos na porta da frente, barulho da porta do quarto. Finalmente, minha salvação. Gritei, expliquei a situação e a única idéia que vinha em mente era jogar a chave por baixo da porta para o meu irmão emprestado tentar abrir. E ele conseguiu e chegou bem na hora que o calor começou a ficar insuportável.

Enfim, foi uma tarde perdida. Três horas e meia trancada no cubículo. É, hoje é 1º de abril e essa história podia ser pegadinha, mas não. Ela é baseada em fatos reais.

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