Quando eu era criança e/ou adolescente, praia era a coisa que eu mais amava na vida. Pelo menos eu acho que era, pois eu sonhava com as férias de verão por saber que a família ia de mudança para o litoral. Nunca tive casa na praia. Então, nunca tive vizinhos, amigos, amores de verão e aquela galera da bagunça que sonha o ano inteiro para o verão chegar. Sempre fui pra praias diferentes. Não me importava. Eu ia pra onde meus pais me levavam e o que interessava mesmo era fazer castelinho na areia e tomar banho de mar.
Depois de algum tempo, quando tomei minha, digamos que, “liberdade” – e isso significa morar sozinha e ser independente financeiramente –, comecei a planejar viagens com amigos e turmas, expressão mais conhecida como galera. Enfim, foram duas idas catastróficas à praia, pois o ritmo e ideia que eu tinha de aproveitar momentos no litoral era completamente diferente. Ou seja, ir à praia com a família é completamente diferente de ir à praia com a “galera”.
A primeira ida foi para passar o réveillon em Capão da Canoa. Isso era final do ano 2008. Lá na beira-mar, enquanto o povo todo estourava espumantes e as rolhas caíam em cabeças aleatórias, eu desisti de pular as sete ondinhas e só pensei sobre todas as coisas que eu queria que acontecessem em 2009. O dia da virada foi o mais legal. O problema é que a “galera” queria fazer mil coisas ao mesmo tempo, e não parava de falar, de gritar, de agitar. E sempre com uma piadinha. Eu acordava cedo, deixava todos dormindo, e ia caminhar sozinha.
A outra viagem planejada com as gurias foi agora, no último feriado. Fui pro Rosa, em Santa Catarina , pra ver se eu conseguia deixar de ser menos metropolitana, digamos. Um dos meus objetivos era de ficar cinco dias sem “entrar na internet”, já que passo umas 18 horas por dia na web e, confesso, não acho isso legal. E consegui. Cinco dias fora do meu mundo.
E você deve estar pensando qual é o problema disso tudo. O problema é que ir à praia com a “galera” não é a minha praia, nunca foi a minha rotina de praia. Eu não ia pra noite, não ficava horas na praia, não fazia amizades. Eu não fazia festa 24 horas por dia, que é o que eu percebo que acontece. As pessoas querem curtir, conhecer gente, eeuseilamaisoque. Eu não. Eu quero ir pra praia para descansar, pra ficar na minha, pra fazer o que eu gosto – e eu sei que eu deveria agradar mais ao coletivo, mas eu não consigo ficar 24 horas “ligada na tomada”.
Aliás, eu fico andando com um protetor solar. Eu voltei mais branca do que fui. Eu não consigo ficar horas queimando ao sol para ficar com uma cor “dourada”. Eu nem tomei banho de mar como eu fazia quando eu era criança – tava frio. Aliás, eu nem sei se eu curto as músicas que tocam na praia – conhecidas como reggae -, e também não curto os surfistas sarados. Eu nem gosto de frutos do mar.
Acho que eu não amo mais praia como antigamente. Vou comprar uma rede pro apartamento em Porto Alegre e aproveitar com a brisa do Guaíba. Virei metropolitana demais.
...e um split novo! hahaha
ResponderExcluirmas eu prefiro praia mais calminha tb, sópra descansar sem essa galera adolescente enlouquecida. hihihi
é. acho que isso se chama velhice.
ResponderExcluirBom texto, com um ar de saudosismo né!!
ResponderExcluirEu tbém prefiro praia com tranquilidade, família e mto carteado neh!
Bons momentos!
saudades Mari
bjusss
Que velhice nada! Você aprendeu direitinho com os pais! Só falta gostar de levantar cedinho para caminhar na beira da praia. Então, pronta para nos acompanhar nas férias de 2011? Não esqueceu o protetor solar! Que vitória! É só para o teu bem!
ResponderExcluirSabe, tambem sou assim. Me vejo as vezes indo pra praias e programas que eu nao me divirto tanto quanto os outros. Eu vou porque mais do que o programa em si, eu me importo e gosto das pessoas que vao e que me convidam.
ResponderExcluirAo mesmo tempo, me vejo fazendo coisas que eu me divirto e os outros nao. E isso meio que me remete a historia das caixas, a caixa do nada, a caixa da praia, as caixas das escolhas..
Mas acaba que e tudo uma balanca, sempre. A gente sempre pensa no que que vai acontecer se a gente for o que que a gente vai perder se a gente nao for, e ai por diante.
Que maravilha de reflexão, srta. Mariana. O resultado disso tudo, diria, é que tu tens em mãos o conhecimento de ti mesma; algo que faz toda diferença nas escolhas maduras e não óbvias.
ResponderExcluirConfesso que gostei do seguinte trecho: "Eu acordava cedo, deixava todos dormindo, e ia caminhar sozinha."
Uma atitude com a qual me identifico profundamente. O ser humano desses últimos dois séculos não consegue mais viver feliz consigo mesmo. Projeta realizações e felicidades em outrem.
Creio que o fato de caminhar só já é uma mostra do tempo que só tu precisas vivê-lo, para depois compartilhá-lo.
Se o conceito de praia a ti soa diferente, é porque tens personalidade e discernimento; não que os outros não possuem, mas trata-se das TUAS escolhas. E isso é fundamental para as tuas felicidades, os teus sonhos e as tuas conquistas.
Me identifiquei com o teu texto, de verdade.
Teu olhar noturno não me engana, eu sabia que havia muito mais o que descobrir. Beleza física é tão somente física.
Tu és instigante.
Legal te descobrir por aqui.
Beijos.
Eu comecei a olhar a praia de maneira diferente depois que parei de fazer exercicios. Praia com barriga não eras! Bjo Marii
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