terça-feira, 11 de março de 2008

Objetivo alcançado, ou quase.

Olho para baixo. Além de ver a sandália que pedi emprestada suja de barro, reparo naquelas britas que não me ajudavam a caminhar bem. O sol já estava nascendo e eu cansada daquela mesma rotina das mesmas festas. Nem sei por que ainda insisto em ir, se bem que em casa não dá pra ficar.

Meu estado: terminal. O sono era tanto que não estava mais consciente. A minha tradicional companheira de baladas vinha me perguntar se eu queria ir embora – e a resposta era sim - mas eu teimava em dizer que tanto faz, já que ela estava se divertindo.

Mas minha vidinha sempre reserva algumas surpresas. No estacionamento, onde quase dormi ao esperar a carona, vejo um objeto diferente. Pena que não é feminino, se não eu arranjaria uma utilidade rapidinho, afinal, “achado não é roubado”. Era uma das peças mais nobres do vestuário masculino, aquela coisa que só se usa em ocasiões extremamente especiais: uma gravata nas cores azul-marinho, roxo e dourado.

Sabia que tinha visto um grupo de amigos vestidos socialmente lá dentro, mas só de passagem. Como nossa vida é feita por objetivos, que às vezes atingimos, às vezes não, o meu era de devolver a peça para o dono.

Não sabia exatamente a quem pertencia, mas já tinha futricado essas páginas de relacionamento na internet e sabia os nomes e os endereços de todo aquele grupinho. O papel agora era de FBI pra localizar pistas concretas. E depois de muito procurar, encontrei uma foto da gravata, ou melhor, de seu dono a vestindo. Pronto! Meio, ou praticamente todo caminho andado.

Próximo passo: deixar algum recado perguntando sobre o assunto. Só que consegui uma missão impossível: deixar o recado. Que raiva que eu tenho de pessoas que bloqueiam esses conteúdos. Só pra atrapalhar a vida que poderia ser muito mais fácil. A solução era mais simples do que qualquer um possa imaginar: adicionar e junto do convite mandar o recado. Mas eu não queria. Imagina se a pessoa é daquele tipinho ignorante que odeia ser adicionada por desconhecidos. Eu não gosto de ter inimigos sem nem mesmo terem sidos amigos.

Ainda bem que foi diferente do que eu imaginava. O convite foi aceito numa boa, só que eu me precipitei. Ninguém tinha dado falta da gravata. E toda essa história foi repetida pra tentar explicar como a encontrei e como cheguei ao dono. E além de fazer uma boa ação – devolver o objeto perdido- espero ter conquistado um novo amigo. E pelo pouco que sei, ainda temos alguns gostos em comum, né perdedor de gravatas?

Sim, o amigo ainda é virtual e o objetivo final ainda não foi realizado. Mais detalhes da devolução no próximo episódio. No mesmo canal.

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